sexta-feira, 18 de maio de 2018

Bolos e pasteis de nata




De que adianta fabricar excelentes bolos de casamentos se as mesmas mãos produzem pasteis de nata intragáveis? De que adianta um criativo arquitecto paisagístico se a relva e as sebes não forem aparadas e cortadas? De que adianta boas vozes em palco se a sala estiver suja?
Não há tarefas menores nem indignas! Todas têm que ser igualmente desempenhadas, com o mesmo brio e aplicação, sejam elas de grande visibilidade ou discretas e escondidas nos bastidores.
Uma ocasião, aquando de um trabalho complexo e de projecção nacional, tive que dividir a equipa que tinha por dois grupos: um para esse projecto, outro para o restante trabalho, rotineiro.
Escolhi os elementos para um grupo e outro e conversei com ambos, descrevendo-lhes as tarefas.
Ao grupo do “trabalho menor” expliquei que os tinha escolhido para ele porque precisava de gente de confiança para garantir que aquele trabalho decorreria tão bem ou melhor que o de excepção e que ele não deixaria por mãos alheias a qualidade do todo.
O resultado foi o esperado: bem executado, sem escolhos ou problemas, com um empenho e desempenho acima da média.
Por vezes, a qualidade dos trabalhos, e para além das competências de cada um, depende da forma como as motivações são descritas e satisfeitas, bastando para tal uma pequena conversa.
Claro que haverá sempre quem entenda que não deve fazer os “trabalhos menores”, que o seu destino é fazer os de “pompa e circunstância” e que caberá à ralé cuidar da relva, fazer os pasteis de nata e limpar a sala. E que fica ressabiado quando não integra o “grupo de elite”.
Confesso que prefiro não ter que trabalhar com este tipo de gente.
Quase me fazem “saltar a tampa”!


By me

Sem comentários: