segunda-feira, 19 de março de 2018

Spot




Uma simples olhada nos motores de busca ou nas redes sociais, ou mesmo nos sites turísticos, e veremos grandes quantidades de referências a “belos locais para fotografar”.
Com sorte, ou com falta dela, encontraremos também indicações de eventos onde “pode fazer excelentes fotografias”.
Faltará a indicação de que nesses locais ou eventos estarão especialistas a dizerem-lhe para onde apontar, como regular a exposição e em que momento deve premir o botão do obturador.
A criatividade, a relação emocional entre o fotógrafo e o assunto, o domínio técnico e estético de quem fotografa é de pouca monta.
Importa, antes sim, é regressar de lá com algo no seu telemóvel ou câmara fotográfica que ateste o “saber fazer” e que testemunhe que esteve lá. E que sirva para exibir a parentes e amigos.
Sugiro a estes hipotéticos “fotógrafos”, em alternativa, o recurso a algo bem antigo: o postal ilustrado. As condições de luz são excelentes, o momento exacto, a perspectiva a melhor, a qualidade de impressão muito boa.
E sempre se evita o trabalho de carregar a tralha, mesmo que no bolso.
Bastará depois fotografar o postal, mesmo que com o telemóvel ou com o scanner, e enviá-lo para as redes sociais.

Infelizmente esta não é questão nova.
Recordo ter lido que em certos locais nos EUA existiriam sinais equivalentes a este, fictício, indicando ser o spot correcto “para mais tarde recordar”. Com o óbvio patrocínio de uma conhecida marca de película e câmaras “point and shot”.


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