sábado, 2 de setembro de 2017

Medo



Ontem foi dia de aniversário. Um triste aniversário.
Foi no dia primeiro de Setembro, de 1939 que a Polónia foi invadida pela Alemanha, dando início àquilo a que se convencionou chamar “segunda guerra mundial”. Com tudo o que daí resultou, tanto militar como civil.
Hoje leio como notícia de abertura num jornal português: “Governo quer que Censos tenha dados étnicos da população”.
E não posso deixar de fazer algum tipo de paralelismo.
Longe de mim pensar que este governo (ou algum outro do passado recente nacional) de algum modo se possa incluir na lista dos que fazem da cor da pele ou origens geográficas motivo de discriminação ou segregação. Talvez que menos este governo que qualquer outro, pelos motivos óbvios da sua constituição.
Mas fico arrepiado ao pensar que este tipo de informação possa ficar registada algures, mesmo que numa base de dados considerada segura, ao alcance de um qualquer grupo xenófobo, governamental ou não.
Sabemos o que têm sido os discursos extremados e as práticas “discretas” pela europa fora no tocante a migrações, religião e mesmo etnias. Os arames farpados e milícias armadas a bloquear os migrantes, o desmantelar acampamentos e consequente expulsão de comunidades ciganas na europa ocidental, os protestos civis e as decisões governamentais sobre a construção de templos que não cristãos, os candidatos políticos de extrema direita e as suas posições étnico-religiosas, os guetos suburbanos, as discriminações no acesso ao trabalho…
Não me apetece que as autoridades possam tratar e possuir dados que permitam ir ainda mais longe nesta matéria.

Por muito cheios de boas vontades que possam estar quem tal pensou e divulgou.

By me

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