sexta-feira, 12 de maio de 2017

Troféus



Ao longo dos anos tenho tido diversas intervenções no campo da fotografia.
Desde o mero lúdico ao ser pago para fazer trabalhos encomendados, desde a investigação nas formas, conteúdos e funções à formação em ambientes e condições várias…
Em todas elas obtive, em maior ou menor grau, aquilo que procurava: satisfação por fazer aquilo de que gosto.
Uma das actividades em que estive envolvido foi a chamada “trocas”. Actividade formativa, destinada a todos os graus de conhecimento e idade, tendo por objectivo que o formando terminasse cada encontro com conhecimentos adicionais que lhe permitissem fazer melhor aquilo que já vinha fazendo. Sem a pretensão de querer formar profissionais ou teóricos na matéria.
O nome trocas surgiu da forma de negócio: não havia dinheiro envolvido, sendo que cada um contribuía com o que podia ou queria. Eu dava o conhecimento, estruturado e de forma acessível, cada participante traria o que muito bem entendesse sujeito apenas a uma condição: feito pelo próprio.
Nunca defini o que era “feito pelo próprio”, o que levou a que tivesse recebido em troca os objectos mais variados, uns já existentes, outros feitos de propósito. Sempre sem que se considerasse o valor económico em causa.
Numas arrumações aqui em casa acabei por vir a encontrar este cisne, junto com outros. Tratou-se de uma “troca” tão justa quanto as outras, com o acréscimo pessoal de eu não saber fazer este tipo de objecto.
Volta e meia vou encontrando este tipo de troféus aqui em casa, fruto das Trocas ou de qualquer outra situação. E para cada uma delas, independentemente do tamanho, forma ou função, eu tenho a certeza de ter sido sempre muito bem “pago” por aquilo que fiz. E sempre com um sorriso ao lembrar o rosto de quem mo entregou.
São estes pequenos troféus que justificam o que vamos fazendo ao longo da vida.

O dinheiro? Alguém se recorda do número de série das notas que usa?

By me

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