quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Grafia



Há cinco anos contava eu esta história.
Foram uns tempos que, felizmente, consegui transformar em divertidos, com diversos episódios que, bem mais que divertidos, me mostraram que a espécie humana não está tão à beira do precipício quanto podemos pensar.
E faz bem, em certas ocasiões, lembramo-nos disso.


“Isto é uma fotografia.
Melhor dizendo, isto é a grafia feita por algo com comprimentos de onda muito inferiores ao da luz.
Por outras palavras, isto é uma radiografia.
Faz o registo daquilo que não vemos porque, por exemplo, coberto de carne. Humana, neste caso.
Em boa verdade, é daquelas grafias, ou imagens, que estamos sempre desejando nunca ver ou, melhor ainda, nunca sermos o objecto registado.
Trata-se, para ser rigoroso, da minha mão esquerda, com um belo de um ossinho fracturado, e antes ainda de ter sido engessada.
Há sempre uma primeira vez para tudo na vida, hoje, tocou-me esta.
Isto e mais a história, realmente mirabolante, que contarei assim que me habituar (e terei bastante tempo para isso) a usar somente a mão direita no teclado.

Bem como somente a mão direita para um montão de outras coisas.”

By me

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