terça-feira, 19 de julho de 2016

Três justificações para uma técnica



A – Sou barrigudo desde antes da adolescência. Como se diria por brincadeira, não é defeito é feitio. E, mesmo com muito exercício físico, não a consigo eliminar mas tão só diminuir um pouco.
Por isso, e desde muito cedo, não me dá jeito usar a câmara fotográfica pendurada ao pescoço. O ela bater-ma na barriga não me é agradável, além de ser mais difícil de a controlar quando não em uso.
Assim, e desde sempre, me habituei a transportá-la no ombro. O esquerdo, cujo braço a controla, deixando a mão direita livre.

B- Uma ocasião tive uma inflamação no nervo ciático na articulação da coxa.
Estava em serviço longe de casa e passei três dias de um lado para o outro com um volumoso e pesadíssimo saco de equipamento fotográfico no ombro esquerdo.
Foi um petisco, posso garantir. A ponto de ter que ligar a um colega noutro quarto do hotel onde estávamos para me vir apertar os sapatos.
No hospital para onde fui levado, depois da longa espera que é apanágio dos nossos hospitais e dos exames necessários, deram-me uma qualquer injecção milagrosa que resolveu o problema.
Tal como resolvi eu não mais usar sacos de um ombro só, pelo menos com bastante “tralha”. A mochila passou a ser o meu saco de transporte habitual.

C – Sou, essencialmente, um fotógrafo urbano. As ruas e praças, os transportes, os locais, as pessoas, são o meu habitat. E bem sabemos que qualquer habitat tem predadores. No caso da urbe são os amigos do alheio, para quem uma câmara fotográfica pouco protegida é uma presa fácil e apetecível.


Assim que, e por todos os motivos acima expostos, para além de usar mochila elas possuem um mosquetão na sua alça esquerda, um pouco abaixo do ombro.
A câmara fotográfica, pendurada no ombro, tem a sua correia passando por ele. Em havendo um puxão nela, ou mesmo apenas que ela escorregue, nunca há o perigo de ser levada ou cair.
Esta técnica torna-se fácil e barata, permitindo-me nas minhas deambulações não me preocupar com acidentes ou membros da “CAPA” (Confederação dos Amigos da Propriedade Alheia).
Há ainda dois pormenores que facilitam o prender da correia da câmara no mosquetão:
Por um lado, sempre gostei de correias de câmara finas, sem publicidades. Claro que não possuem aquela matéria anti-derrapante que tão útil é. Mas são mais fáceis de enrolar na mão, arrumam-se melhor no saco ou mochila e, neste caso, passam melhor pela abertura do mosquetão. Em compensação, já são difíceis de encontrar à venda.
Por outro lado, o próprio mosquetão tem “truque”. Se se tratar de um dos bons, em aço e passíveis de serem usados com grandes pesos, a ponta da parte móvel tem um gancho que prende no outro, na parte fixa onde encaixa. Estes dois ganchos são, regra geral, empecilhos para o fácil entrar ou sair da correia. Uso dos baratos, sem grande resistência ou qualidade, mas que não têm esses ganchos. Não queiram saber a cara dos vendedores quando peço mosquetões de má qualidade.

Em jeito de conclusão, sempre acrescento que:
A alça direita da mochila também possui um mosquetão. Útil para me deixar as mãos livres ao aí pendurar o monopé quando não em uso momentâneo ou garantir a segurança de uma segunda câmara.

E que, quando procuro uma mochila que me convença para comprar, a possibilidade de nela colocar os mosquetões é um dos factores determinantes.

By me

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