quinta-feira, 5 de maio de 2016

Irresisível



Digamos que há coisas que são irresistíveis ou inevitáveis.
Um exemplo que todos conhecem é o de uma criança pequena e de uma pequena poça de água no seu caminho. É quase impossível que não dê um ou mais passos nela ou, o que é mais provável, um salto bem no meio, com a água a esparramar para os lados.
Creio que só uma voz parental bem autoritária o impedirá.
De igual modo, é quase impossível para uma criança, agora um pouco mais velha, estar junto a uma escada mecânica e não tentar usá-la no sentido oposto ao seu movimento. Desde que não haja ninguém mais velho por perto e com autoridade sobre ela, tentará subi-la se ela descer ou vice-versa. Com um sorriso de orelha a orelha se o conseguir.

Já para mim, ser-me-ia impossível passar junto a uma cabine telefónica, numa estação de caminho de ferro, ouvi-la a tocar, não estar ninguém por perto com ar de quem está à espera de uma chamada, e não atender o raio do telefone. É uma tentação irresistível!
Mesmo que do outro lado perguntem “Quem fala?”, que eu responda “Eu, mas foi você que ligou” e que desliguem na outra ponta.
Confesso que fiquei a olhar para o diabo do auscultador a tentar perceber o que se passava. E ainda fui verificar se não estaria mascarrado ou com graxa, partida bem velha. Nada disso.
Suponho que do outro lado também terá havido uma tentação irresistível: ligar para um número à-toa e tentar saber onde vai parar.
Também o fiz, há quarenta e tal ou cinquenta anos, numa época em que não era possível detectar o número de origem de um telefonema.

Divertido e irresistível!

By me

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