domingo, 24 de janeiro de 2016

Sete vezes quatro



Pondo de parte qualquer questão mística, a verdade é que o número sete consta de quase todas as civilizações desde sempre. E não é à toa. Vejamos:

A unidade mais básica para medir o tempo é o dia. Não implica aparelhos e basta saber se está sol ou não.
A unidade seguinte, também não implicando sistemas de medição mas tão só a constatação, serão os ciclos lunares. Quando da Lua se vê ou não e quando volta a estar do mesmo modo e forma.
Já o degrau seguinte na escala de tempo implica, para além da simples observação, algum tipo de registo: o ciclo anual, constatável através dos solstícios e equinócios. O tempo que separa cada um deles é suficientemente grande para obrigar a algum tipo de registo físico, mesmo que apenas marcas no chão.
É assim que na medição do tempo surge a semana, com os seus sete dias. Cada unidade destas corresponde a um quarto do ciclo lunar (ou a uma fase da lua) e o seu somatório a um mês lunar, ainda hoje em uso em algumas civilizações.
O sete e o vinte e oito, números importantes para o ser humano.
E tanto que assim é que hoje, domingo, é o sétimo dia da semana. Dia de descanso. Dia de oração. É no sétimo dia, de acordo com a lei portuguesa, que se vota.
E vinte e oito, já que hoje, mesmo que não prestemos muita atenção a isso, é Lua cheia. Não prestaremos nós, a maioria dos humanos na sociedade de consumo. Mas quem vive da agricultura ou da vida no mar sabe-o e usa essa data para fazer – ou não fazer – alguma actividade. Até mesmo a meteorologia usa o ciclo lunar e a lua cheia para prever e justificar fenómenos climatéricos.

Para mim, o dia de hoje é importante:
É dia de lua cheia, fotografável se o céu a descoberto;
É dia de eleições, também um ciclo cujo ritual e função são importantes e que tenciono cumprir;
Completa-se um ciclo de quatro semanas, 28 dias, uma lua, que estou sem fumar.
Este último ponto só será, de facto, importante para mim, apesar de aqui o partilhar. Não creio mesmo que disso tenha consciência quem me levou neste caminho.
Mas cada ciclo que passe – diário, lunar, anual – neste meu processo é uma vitória. E as vitórias devem ser celebradas, mesmo que pessoais e íntimas.


By me

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