quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Na ressaca



Na ressaca do dia de ontem, depois da terceira noite consecutiva anormalmente curta e com o corpo a dizer, tão alto quantos os gritos que ouvi, que já não sou o que fui, recordo três momentos fotográficos tristes.
O ter visto um dos nomes clássicos do fotojornalismo português já com dificuldade de controlo motor. Não quero imaginar o que sente alguém que sabe ter dificuldade em fazer uma fotografia estável e não tremida.
O ter ficado a sorrir para uma das duas câmaras de um fotojornalista, que estou habituado a ver nestas circunstâncias, com uma objectiva já bem antiga. E ter ficado a saber que aquela é um recurso, já que a sua do costume se partiu em duas aquando de uma queda que deu. Dói!
O não ter visto a meia altura em candeeiros um quase fotógrafo, com o seu bigode pouco comum e o seu mais raro sentido mordaz e sarcástico. Onde quer que esteja, se está em algum lado, deve estar triste de não ter estado por cá, nas ruas, ontem.


Na imagem: detalhe das medidas draconianas com que o poder quis conter a vontade popular. Inútil, como se constatou.

By me 

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