terça-feira, 7 de julho de 2015

Fotografia e felicidade





Uma ocasião, estava eu no Jardim da Estrela com a minha câmara “à-lá-minuta” e vejo dois casais que se passeavam por ali.
Passear não será bem o termo.
Sendo um dia de semana, estavam vestidos com um pouco mais de aprumo que o habitual, pese embora não de circunstância. E um dos homens ia fotografando o outro casal, que assumia poses “românticas”, seja lá isso o que for.
Passado um pedaço passam por mim, perguntam-me o que era aquilo e, depois de informados, pedem para fazer um retrato de um dos casais. O tal que estava a ser fotografado.
Contaram-me, entretanto, que era Ucranianos, a viver e trabalhar na Algarve havia anos, e que tinham vindo a Lisboa para o casamento deles, na representação diplomática, se bem me recordo.
E aquela seria “A” fotografia do casamento.
Tentei caprichar na função e, depois de entregue (grátis como todas as outras), fizeram questão que a assinasse e datasse. Estranho pedido, que satisfiz.
Não me recordo se nesse dia terei feito mais fotografias no meu projecto. Estou em crer que sim, que todos os dias algumas fazia.
Mas, mesmo que não tenha feito, aquela em particular fez-me o dia!
Que há coisas que fazemos, mesmo que a troco de coisa alguma e a custo zero, que são a “felicidade” de outros. Mesmo na fotografia.

E quando o fazemos (e hoje foi mais um desses dias, ainda que não envolvendo fotografia) vamo-nos deitar com a certeza de ter melhorado um nico mais o mundo em que vivemos. E o sono será tranquilo.

Da qualidade da fotografia junta?
Foi a primeira que me fizeram no decurso do projecto, executada com um telemóvel que, à época, já era arcaico.
Mas se a qualidade visual de uma fotografia for vital para a memória que a ela estará associada, há muito que já teriam deitado fora a primeira fotografia da história. 

By me

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