sexta-feira, 26 de junho de 2015

Vendo de longe





Muito se vai dizendo e escrevendo (e pensando) sobre a questão grega.
O País, a EU, as instâncias internacionais, as vontades dos cidadãos e as vontades das bancas, atribuindo culpas ao passado, ao presente e antevendo futuros mais ou menos sombrios. No curto e nos médios e longos prazos.
Aquilo que não vejo, ou oiço, é uma análise bem mais alargada. Fala-se da dor de cabeça e da aspirina, mas não do motivo da dor.

Do meu ponto de vista, decorre neste momento uma guerra mundial.
Não como conhecemos as anteriores, com bombas e baionetas, mas económica, em que os cidadãos, tal como nas outras, são carne para canhão.
Acontece, porém, que ao contrário das anteriores, existem não duas mas três as forças em conflito. A saber: União Europeia, EUA e China.
Qualquer uma delas a tentar impor-se às restantes, com duas frentes de combate cada uma.
Acontece que não é fácil manter duas frentes de combate com dois oponentes. Não é militarmente racional nem logisticamente eficiente.
Aquilo que se faz, e fez, são alianças ou tréguas temporárias entre dois dos beligerantes, para derrotarem o terceiro, guardando para mais tarde o embate entre si.
A Europa é o elo mais fraco nestes três. Nem se entende dentro dela, quanto mais ter força para enfrentar os restantes!
De um modo ou do outro, quer seja através do estrangulamento de recursos financeiros, quer seja através de uma invasão de produtos, quer seja com “acordos” notoriamente vantajosos para uma das partes, a Europa vai perdendo terreno aos poucos, quer com as questões internas, quer com a submissão económica exterior.
Quando a Europa e a sua União mais não for que a manta de retalhos que já é mas completamente rota e desfiada, assistiremos então ao embate entre os gigantes, de um lado e do outro do Pacífico.

A questão Grega? Uma batalha nesta guerra global. Os Gregos? Aqueles que ficam a defender a barbacã, sabendo-a condenada mas cujo sacrifício servirá, eventualmente, para obter resultados numa estratégia bem mais alargada.
A questão Portuguesa? Outra batalha. Os Portugueses? Defendendo uma segunda linha, sabendo que as muralhas atrás de si estão fechadas e que serão esmagados se a primeira linha cair.
Quando a primeira linha cair! 

By me

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