domingo, 14 de junho de 2015

O gozo que dá





Vi-a no arquivo e lembrei-me.
Lembrei-me do gozo que dá olharmos para um objecto e imaginarmos a imagem que podemos fazer com ele.
E a estória que poderá contar.
E levarmos o objecto para casa, ficando à espera que as condições meteorológicas estejam propícias e que os horários de trabalho sejam coincidentes com o que queremos fazer.
E sairmos de casa com a tralha para um ponto específico, com uma objectiva específica, esperando pela hora certa depois de testarmos a luz que levamos.
E quando o sol está no sítio que queremos, com a cor que queremos, esperarmos pelo comboio que sabemos que passará, lá longe, à tabela.
E fazermos uma fotografia. Uma só. Que o acto de carregarmos no botão e tudo o que se lhe segue e antecede mais não é que a materialização daquilo que vimos com os olhos da alma.
E depois a outra, a segunda versão naturalmente diferente, também antes imaginada.
E, em chegando a casa e abrindo as imagens no computador, fazermos aquilo que sabíamos ser preciso, mais décima, menos décima. Sem mais ajustes que um pequeno incrementar de contraste e o ajustar a proporção desejada e habitual.

O gozo que dá fazermos uma fotografia que imaginámos muitos dias antes. E termos exactamente o resultado que queríamos!
O gozo que dá!

By me

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