domingo, 10 de maio de 2015

Uma rua





Não, agora não vou falar da luz. Podia, mas não vou.
Vou antes falar naquilo que me permitiu apanhar a luz. No caso, uma objectiva.
Trata-se de uma Tokina RMC 35-135 f/4-4,5 macro, montagem PK.
Não consegui encontrar referências a seu respeito, mas presumo que date da segunda metade dos anos ’70 do séc. XX.
É uma objectiva “one touch”, que é como quem diz: usa um só anel para variar ângulo de visão e focagem. Distância mínima de focagem, em modo “normal”: 1,6 metros. Distância mínima de focagem em modo macro: 1,0 metro em 135mm, 0,5 metro em 35mm.
Não sou coleccionador de material. Não tenho dinheiro para tal nem o tempo que isso implica para ser levado a sério.
Mas dificilmente poderia resistir a esta objectiva, considerando o estado impecável em que se encontra, ao pedirem-me a ninharia de 23 euros por ela, numa loja de artigos em segunda mão.
Não era para lá ter passado. Mas quando o autocarro lhe passou à porta, disse com os meus botões “Há que tempos que ali não vou”. Desembarquei de imediato, como se algo me dissesse que valeria a pena. E se pensarmos no quão raro é encontrar objectivas ou outros para Pentax, usados ou não…
Sou um feliz proprietário de uma zoom com gamas focais com as quais nunca tinha trabalhado. Feliz pela raridade, feliz pela qualidade, feliz pelo preço (uma pechincha).
Falta apenas, para que fique realmente impecável, encontrar dois itens: um filtro de protecção, coisa fácil, e um pára-sol que, neste caso, terá que ser de borracha e de comprimento variável: o elemento frontal gira ao focar, pelo que os de pétala não servem.
Se faço melhores fotografias com ela que com outras? Provavelmente não, que o que mais importa é o que está atrás da câmara e não à sua frente. E isso não mudou.

By me

Sem comentários: