quinta-feira, 21 de maio de 2015

Camera at work - work with camera




A conversa aconteceu há uns dias e foi aqui mesmo.
Contava eu a um colega o satisfeito que estou com uma objectiva que comprei recentemente e ao preço da chuva, ou quase: uma 35-135mm.
Não porque seja a melhor objectiva do mundo e arredores, mas porque me permite fazer uma pequena brincadeira muito pessoal:
Confrontado com uma dada situação, calcular qual a distância focal (ou ângulo) que necessito para fazer o registo que quero e com a perspectiva que quero.
Faço isto desde há muito, desde o tempo em ter uma zoom era coisa rara e tínhamos que saber que objectiva montar na câmara. Hábitos.
Acontece que nunca tive uma objectiva fixa de 35mm. Nunca calhou ou nunca me fez falta.
Agora com esta e em formato digital, tendo-a montada é um desafio saber se chega ou se terei que optar outra mais curta. Desafio fotográfico muito pessoal e silencioso.
Comentava então eu isto e quem me ouvia disse-me que sempre gostara das 35mm, que é a sua fixa preferida e que os mestres também a preferem. “É a melhor objectiva ou ângulo que existe!”
Ainda encetei eu uma resposta, mas acabei por perceber que não adiantaria.
É que tenho por verdade insofismável que não há uma “melhor” ou uma “certa”!
Há a objectiva adequada àquilo que queremos fazer. E há o ângulo que mais se aproxima da nossa própria forma de ver.
Houve um mestre que afirmou qualquer coisa como isto: “Se a fotografia não está suficientemente boa foi porque não te aproximaste o suficiente.” Ou semelhante.
Isto será verdade em reportagem, será verdade se se pretender que exista uma intimidade com o assunto fotografado, será verdade se essa for a forma de ver o mundo daquele fotógrafo. E há quem assim o faça de forma magistral.
Mas não é uma obrigação nem um limite.
Depende, e muito, da personalidade do fotógrafo, do assunto fotografado, do querermos ou não ser notados ou percebidos pelo assunto… Há uma enormidade de factores que implicam o uso de focais mais longas, tal como há uma enormidade de factores que implicam focais mais curtas. Não há fórmulas absolutas!
Não creio que adiantasse explicar isto a quem estava a conversar comigo, que não é pessoa que imagine sequer contestar um mestre. Ou, por outras palavras, não é pessoa para inovar, fazer diferente, pensar pela sua cabeça. E como eu não sou um mestre, aquilo que eu argumentasse de pouco valor teria, se algum.

A fotografia junta? Não mostra nem foi feita com a objectiva em causa.
Mostra, antes sim a minha câmara de bolso e foi feita com um novo telemóvel, que tive que arranjar face à vetustez e caducidade do anterior. E ainda estou a descobrir as suas potencialidades.
Que conhecer - e bem –a ferramenta que usamos é meio caminho andado para satisfação no seu uso. 

By me

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