sábado, 23 de maio de 2015

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Foi coisa que nunca aprendi: a língua Alemã. E tenho pena.
Porque, e ao que sei, a língua alemã permite a construção de neologismos, palavras novas a partir da conjugação de outras já existentes, criando com isso termos que melhor exprimam aquilo que se quer dizer.
Claro que, e ao que sei também, isso resulta ou pode resultar em palavras compridas, mesmo compridas, que aos não conhecedores poderá estranhar. Não aos nativos ou bem falantes.
Este sistema linguístico tem uma consequência curiosa: em parte por sua causa os que falam esta língua têm um pensamento elaborado, conseguindo mesmo conceber a partir daí novos conceitos. E, por isso mesmo, existem tantos filósofos nativos desta língua.
E eu gostaria de saber ler os seus trabalhos originais. Não as traduções, em que se perde sempre algo, mas pensamentos elaborados tal como foram concebidos, sem intermediários, por bons que sejam.
Nunca o poderei fazer, infelizmente.

Mas mesmo na nossa língua, o português, encontramos autores ou discursos que concebem novos termos a partir de outros já existentes, com conceitos novos ou inovadores. Bom exemplo disso é Mia Couto.
Hoje tropecei num termo novo que, estranhamente, foi usado no nosso parlamento. Delicioso o termo e o conceito, que não sei se mesmo os falantes da língua alemã se lembrariam de tal:
“Privataria”, mistura de piratas e privatizações.
Palmas à autora!
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