quarta-feira, 15 de abril de 2015

Há cinco anos





Há cinco anos fazia eu este retrato e juntava-lhe estas palavras:

“Espero apenas que o bonito sorriso que aqui exibes não seja apenas porque o dia estava bom, havia festa e tinhas uma flor na mão. Desejo mesmo que ele, o sorriso, seja porque acreditas de alguma forma no que ele significou e significa, e que tenhas como verdade que o futuro te pertence e que o irás construir à tua medida.
Quanto ao não teres hoje aquilo que, então, nós acreditámos e sonhámos, mais não posso fazer que, a ti e aos da tua geração, pedir desculpa pelo nosso falhanço.
E citar António Gedeão, excelentemente interpretado por Manuel Freire:
...
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança."

Não sei o teu nome, tu que descias a avenida.
Mas espero que agora, cinco anos passados, continues a sorrir com um cravo na mão.
Agora que talvez já tenhas acabado um curso, agora que talvez já tenhas constituído família, agora que talvez já estejas a lutar por um salário honestamente ganho.
Agora!


(Adenda: Já aqui disse que gosto muito quando a luz vem do lado de lá?)

By me

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