quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O televisor



“Posso ajuda-la em alguma coisa”, perguntou o vendedor solícito.
“Bem, eu venho à procura de um televisor.”
“Muito bem. Venha por aqui. Temos aqui uns modelos excelentes que…”
“Não. Não. Eu venho à procura de um que combine com a minha nova mobília vintage da sala. Vou dar uma volta, ver o que têm, e depois eu chamo-o.”
“Perfeito. Esteja à sua vontade. Estamos aqui para ajudar.”

Passado um pouco a cliente chama:
“Olhe! Faz favor!”
“Pois não, minha senhora?”
“Olhe: eu queria levar aquele televisor antigo.
“Qual, minha senhora?”
“Aquele cinza claro, ali ao fundo.”
“Ah. Bem… Aquele… Pois, aquele não lho posso vender.”
“Como não? O que aqui têm não é para venda? Qual é o preço do televisor?”
“Minha senhora: aquele não lho vendo!”
“QUE DESAFORO! NÃO TEM VERGONHA? VOCÊ SABE QUEM EU SOU? CHAME O GERENTE DA LOJA!”

“A senhora deseja algo? Posso ajudar?”
“Este funcionário recusa-se a vender-me um televisor. Uma vergonha neste estabelecimento!”
“Senhor João: o que se passa? Esta senhora quer comprar e você não quer vender? Daqui a pouco passe lá dentro para falarmos!
E diga-me, minha senhora, qual é o televisor que a senhora pretende?”
“Eu quero comprar aquele cinzento claro, ali ao fundo.”
“Ah. Pois. Aquele não lho posso vender.”
“O quê? Não tem vergonha? E não mo vende porquê, pode-se saber?”

“Saiba a senhora que aquele cinza claro, lá ao fundo, é um micro-ondas.”

By me

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