quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Expliquem-me





Leio por aí algures que se preparam para introduzir o sistema de “carta de condução por pontos”.

Não sei se será bom ou mau, comparado com o sistema actual. Até porque não tenho carta de condução.

Mas o mesmo artigo refere algumas das infracções ao código da estrada que hoje são consideradas “muito graves” e que, acumuladas, podem levar à suspensão da autorização de conduzir.

Enumeram-se: excesso de álcool, traços contínuos, sinais de vermelhos, excesso de velocidade, telemóveis.



Alguém me explique porque é que a situação ilustrada com a fotografia anexa não é também uma infracção muito grave?

Ou obstruir os passeios, obrigando os peões a colocarem a sua vida em risco ao caminharem na faixa de rodagem é coisa leve e de pouca importância?

Mais ainda: não se trata de um acto irreflectido, fruto de distracção ou estímulos externos. É uma decisão deliberada, que obriga a manobrar a viatura em marcha lenta e atenta para evitar o bater em muros ou postes.

Poder-se-á até classificar de “tentativa de assassínio por negligência”, se levarmos as classificações ao limite.

E isso não é grave?



Nota adicional

Vou ser juiz em causa própria, mas…

Esta fotografia tem já uns anitos. Se o EXIF não me engana, remonta ao ano de 2008. Foi feita com um telemóvel: um Sony Ericsson I800 com uns “míseros” 3.3 mega, um aparelho já arcaico pelos padrões actuais mas que, e por mero acaso, ainda está em uso para satisfação do seu proprietário.
Fiz a fotografia para demonstrar o absurdo e perigoso do estacionamento nos passeios, empurrando os peões para a faixa de rodagem.
Claro que a fotografia é resultado da oportunidade: eu estava lá quando a senhora com o bebé passaram.
Mas eu vi-os vir e esperei pelo momento. Logo, foi oportunidade e decisão.
E a decisão foi a de fazer “o boneco” em contra-luz. Ou, se preferirem como eu, assumindo que a luz que ilumina a acção está do lado de lá. Como já tenho falado por aqui.
No entanto, volto a referir que estou a ser juiz em causa própria, repare-se como a ligeira sub-exposição nas figuras, em contraste com o asfalto ligeiramente sobre-exposto, bem como a sombra projectada para cá, incrementa o dramatismo da situação. Por oposição ao ser feita de lá para cá, com tudo mais ou menos uniformemente iluminado.
Foi uma questão de oportunidade? Foi sim senhor! Foi uma decisão consciente? Foi sim senhor! Mas também foi fruto de um pedido prévio feito à senhora, com um “Posso?” lançado de onde estava e com um acenar positivo da sua cabeça.

Sei que estou a ser juiz em causa própria, mas gosto de justificar e demonstrar o que penso e afirmo.


By me

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