quinta-feira, 24 de julho de 2014

A pulseira



Gosto de encontrar irmãos.
Não me refiro a questões de sangue ou aparências. Refiro-me a pensamentos e actos.

Uso eu, no bolso do colete, uma corrente de autoclismo. Não a tenho à vista como decoração ou identificação grupal mas sim para efeitos fotográficos. Substitui, com limitações óbvias, um monopé em condições de pouca luz.
Quando acontece vir à conversa, refiro-a e mostro-a, brincando com o seu nome e apreciando o ar de espanto do meu interlocutor.
Pois um destes dias encontrei uma alma gémea na capacidade de usar objectos com funções bem distintas das originais. Não para se exibir, não para ser do contra, mas porque lhe dá prazer e satisfação. Tão simples quanto isso.
Uma banalíssima corrente de lavatório usada como pulseira.
Disse-me quem a usa que além de gostar de a ver ali, no pulso, tem a enorme vantagem de não se preocupar com águas, lavagens ou manchas de verdete. E que, em acontecendo o fechinho se partir, é só ir a uma loja de ferragens e trazer outro. Sem mais dispêndios ou incómodos.

Gosto de coisas simples e despretensiosas. À margem das modas, lojas chiques ou grupos.
E gosto mais ainda de quem as cria e lhes dá uso.

Viva quem faz!

Byme

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