segunda-feira, 23 de junho de 2014

Lâmpada apagada



É verdade que sim: os génios conseguem.
Eu, que não sou génio, tenho que recorrer a truques e aceitar as minhas limitações.

Não me é possível mostrar por imagens, quer sejam escritas quer sejam visuais, sentimentos que não possuo real e profundamente.
Fazer imagens visuais ou usar de palavras que descrevam sentimentos é fácil: cores e tons, surpresa e originalidade, organização de ideias e elementos menos comuns, perspectivas e linhas de pensamento concordantes ou que surpreendam quem as vê ou lê… tudo isto são técnicas que se aprendem, umas mais fáceis, outras não tanto.
Abundam escolas de fotografia e de escrita criativa onde tudo isso se ensina e de onde se sai conhecendo-as.
Mas se não se sentir, se as situações não tiverem sido vividas ou emotivamente vividas… serão apenas mais uns gigabytes grafados, com teclado, caneta ou câmara, iguais uns aos outros, sempre todos iguais uns aos outros mesmo que diferentes. Mesmo que atraentes.
Os génios, esses, sabem sem aprender a ver com a alma e a materializar esse ver. E quando vemos o que viram… são génios.

Eu não sou génio. E tenho que trabalhar muito, emotivamente, para conseguir algo que se veja. Mesmo que mau.

Passar para além do visível, do tangível, e materializa-lo sob forma de letras ou enquadramentos é das coisas mais difíceis que conheço. Que o mais que faço, por muito que tente que não seja, mais não é que fotocopiar o que me cerca.

By me 

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