domingo, 13 de abril de 2014

O poder de dominar (os herdeiros)



Começa a ser mais que tempo de os cidadãos entenderem que o que está em causa em Portugal não é uma dívida. Antiga ou recente, imposta por este ou criada por aquele governo ou entidade externa.
O que está em causa por cá, como em tantos outros locais do mundo, são conceitos de sociedade.
Que aqueles que dispõem de poder para organizar a sociedade não querem igualdades ou igualitarismos.
O que querem mesmo são sociedades em que uns quantos, a chamada classe dominante, existirão para governar e gerir todos os outros, a grande maioria. O dinheiro – ou a dívida – são pretextos ou formas de implementar esta separação de poderes.
Não importa que haja ou não dívidas, não importa que haja ou não deficits, não importa mesmo de que forma o dinheiro possa estar distribuído ou amealhado.
Desde que uns quantos que herdaram ou supõem ter herdado o direito a terem a satisfação de terem poder o possam ter.
Economia, belicismo, fontes de energia ou gestão de tecnologia. Não importa o modo desde que o poder de impor vontades e comportamentos esteja assegurado.
Os que se entendem pertencer a uma classe dominante continuarão a inventar formar de dominar e, para tal, de assegurar que os dominados terão o mínimo para sobreviver, obedientes o agradecidos. Como ovelhas que fornecem a lã, o leite e, em para mais não servirem, a carne. Sacrificados à classe dos pastores.
Enquanto os cidadãos não perceberem que o dinheiro mais não é uma forma de assegurar poder de alguns sobre muitos, continuaremos a ter dívidas. E a morrer tentando pagá-las.

By me 

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