domingo, 16 de fevereiro de 2014

WPP '14



Grupo de emigrantes africanos à procura de rede de telemóvel
Centro de refugiados sírios
Manifestantes em Bangui pedem a demissão do presidente
Sobreviventes do tufão Haiyan
Combatentes rebeldes protegem-se depois de uma explosão
Mulher e duas crianças protegem-se durante o massacre
Polícia à chegada ao local do crime
Discussão entre Shane e Maggie enquanto a filha entra na cozinha
Combatentes do movimento birmanês independentista durante o funeral
Roupa de vítima de violência
Esquiador
O Australiano Daniel Amamnant durante os 100 metros costas
Nadja Casadei, atleta com cancro, participou nas provas europeias de heptatlo
Mulher desanimada depois de não ver o corpo de Nelson Mandela
Hannah e Alena, duas irmãs que vivem em Merkenbrechts
Rapazes albinos cegos numa escola, índia
Ali e a mãe, Cairo, Egipto
Fêmea de chimpanzé-pigmeu no Parque Nacional de Salonga
Um puma, no parque Griffith

Estes são os títulos das 19 fotografias que um jornal hoje nos mostra como sendo as vencedoras do concurso World Press Photo 2014.
Não questiono a qualidade das imagens. Isso é inquestionável!
Questiono, antes sim e com a veemência de sempre, os assuntos tratados pelos fotojornalistas e seleccionados pelo júri do concurso.
Que, excepção feita às de natureza e de desporto, todas as outras, incluindo uma na secção de “retrato”, são sobre coisas desagradáveis: violência, morte, desastres naturais, guerra, sofrimento…
E, para os mais incautos ou desconhecedores, sugiro que se procurem as imagens premiadas nas outras edições deste concurso. Todas afinam por este diapasão.
A minha contestação, que nunca contempla a qualidade do exibido, incide sobre o facto de os fotojornalistas só se preocuparem com os lados negativos da vida. Como se o Ser Humano apenas tivesse coisas más para serem mostradas, denunciadas, condenadas.
Não vejo, nas reportagens fotográficas, imagens de coisas boas, como o amor, a celebração da vida, o sucesso fora de competições ou à margem de adversidades, criatividade, arte… Apenas as questões de morte e sofrimento.
São estas as opções dos fotojornalistas, são estas as opções dos editores que as publicam, são estas as opções dos membros do júri.
Pergunto se no conjunto de todas as fotografias que são publicadas na imprensa – diária ou não, genérica ou especializada – não existirão outras imagens, igualmente fabulosas, que fossem merecedoras de distinção? Sei que sim!

E é por saber que sim e por contestar muito seriamente as escolhas deste júri que não compareço nas exposições destes trabalhos. E recomendo que lá se não compareça, contribuindo com o preço da entrada e a estatística de visitantes, para o seu sucesso.
E alunos que tenha, na realidade de uma sala de aula ou na virtualidade da web são também aconselhados a não comparecerem. Pelos mesmos motivos.
O universo e o Ser Humano estão cheios de emoções. Umas boas e outras más. Se apenas registarmos e denunciarmos as más, que registo deixamos do hoje para o amanhã?
Quando o World Press Photo exibir as duas facetas da Humanidade, lá estarei para me espantar e deliciar com a qualidade do exposto. E levarei comigo tantos quantos puder.
Até lá, não contem comigo!

E jeito de complemento, fica a icónica fotografia vencedora no ano de 1968.
Feita no VietNam por Eddie Adams, mostra a execução a sangue frio de uma pessoa.
Impressionante, sem dúvida.
As breves legendas sobre esta imagem contam-nos que se trata de um chefe de polícia do VietNam do Sul e um suspeito de ser combatente do VietNam do Norte.
Horripilante, a frieza do acto. Consumado.

Aquilo que me regra não nos contam, lamentavelmente, é que o executado teria, pouco tempo antes, feito explodir uma bomba que teria vitimado a família do executor.

By me 

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