sábado, 7 de dezembro de 2013

Um olhar - Zé Luis



Enquanto muitos de nós, pequeníssimos burgueses, classe média baixa em queda vertiginosa, nos batemos por uns trocos mais que “alegrem” as electrónicas de consumo natalícias ou se distribuam por mais pratos e mais pequenos as eventuais virtulhas de supermercado que talvez venham a cobrir a mesa da consoada, cada vez são mais os envergonhados que a troco de misérias abordam desconhecidos para uns inquéritos intrusivos.
Ou aqueles e aquelas que, mesmo com formação superior, não sabem onde irão dormir amanhã e, hoje, recolhem cedo porque o casaco que lhes taparia do frio ficou para trás quando mudaram de quarto por falta de pagamento.

Não é o caso destes olhos. Fazem parte daquele cada vez maior rol de gente que pede cigarros a desconhecidos. Que o degrau mais abaixo é percorrer as portas dos centros comerciais e restaurantes, em busca das pontas jogadas fora. Com sorte, não chove.

Em jeito de epílogo, recordo um recente artigo de jornal em que a esposa do primeiro-ministro elogia as qualidades culinárias do seu consorte, muito úteis na preparação da consoada.


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