quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Privado ou nem tanto



Cada vez mais me questiono sobre a quase obrigatoriedade de se possuir uma conta bancária.
No relacionamento com o estado, no relacionamento com uma qualquer entidade patronal, no relacionamento entre empresas… é quase que imprescindível possuir uma conta bancária.
No entanto possuir uma conta bancária é ter um contrato comercial com uma entidade privada. Entidade essa que tem por objectivo lucrar com ela. Quer tenhamos a conta para efectuar pagamentos, quer seja apenas para recebimento de um qualquer salário ou “recibo verde”, ou mesmo para pagar ou receber reembolso de impostos, tudo isso tem que passar por um banco. E isso é dar lucro a uma empresa privada.
Quem a não tiver tem dificuldade, na vida actual, em trabalhar e é olhado com desconfiança pelos seus semelhantes.
Mas… porque raio tenho eu que ser obrigado a relacionar-me com um banco? Porque é que têm que existir terceiros ou intermediários naquilo que faço de privado?
Intermediários esses que, e em face de uma alteração legislativa comunitária que estará na forja para ser aplicada, passarão a cobrar ainda mais aos seus clientes pequeninos. Àqueles que usam esses tais bancos para apenas receberem o seus salário. E falo, neste caso, em eventuais comissões a serem cobradas por cada movimento numa caixa Multibanco (ATMs).
Tal como falo de uma lei em vigor desde 2012 em Espanha, que obriga a que pagamentos (bens ou serviços) superiores a 2.500 euros sejam através de cartões ou cheques.
Tal como falo do cruzamento de dados automático entre o fisco e os bancos que permite detectar disparidades de rendimentos.
Os bancos – entidades privadas – para além de ficarem com os registos das actividades privadas de cada cidadão, remetem-se agora para o papel de fiscalizador estatal.
A minha vida privada nada tem de extraordinário que mereça ser escrutinada. No entanto é o que o próprio nome indica: privada. E gostaria que - melhor: quero que assim se mantenha!
Cada vez mais me apetece mandar estes controladores privados da vida privada às urtigas. E não usar de uma entidade bancária p’ra coisa alguma.
Até porque, e mesmo pondo de parte a questão da privacidade de cada um, basta pensarmos no que tem sucedido nos últimos anos em termos económicos e sociais p’lo mundo fora para constatarmos que os bancos estão sempre na raiz do problema.

E enquanto o bicho viver a maleita mantêm-se!

By me

Sem comentários: