sábado, 14 de dezembro de 2013

A fofinha do dia



Esta coisa do vício de photocronicar ou croniphotografar é terrível.
Dias há em que, mesmo três horas depois de acordar, nada ocorre, nada se nos surge que sirva para o satisfazer.
Quiçá devido a questões pendentes, por resolver, que queiramos ou não nos ocupam a mente, mesmo que delas não nos lembremos.
Foi o caso de hoje!
Em qualquer dos casos, a vida é mais forte que eu mesmo e os meus problemas por resolver.

Calhou, no caminho p’ro trabalho, mudar de comboio onde não costumo fazer. Vinha distraído e, quando dei por mim, tinha já passado a estação habitual.
E foi no cais de mudança que as vi.
Eram cinco, adolescentes, com a alegria e energia própria da idade e de quem vai fazer algo de divertido. E já estavam a começar, que ainda vinham a pintar cartazes como este.
Achei-lhes graça mas mantive-me à distância. O seu chilrear alegre não merecia ser interrompido por um cota, mesmo que parecendo e sendo reconhecido como o pai natal.
Mas, enquanto as via, lembrei-me do que sei sobre este cartaz. E que tenho por verdadeiro.
Algures no final dos anos 90 um Australiano desembarcou em Sidney, de avião, vindo dos EUA. E constatou que todos os restantes passageiros tinham alguém à sua espera, que cumprimentavam com beijos e/ou abraços. Exceptuando ele mesmo, que ninguém sabia que vinha.
Esta ausência de um abraço reconfortante bateu-lhe forte na alma. E decidiu, creio que dias depois, estar no centro da cidade com um cartaz equivalente a este, oferecendo abraços grátis a quem passasse.
Esta oferta não terá sido bem acolhida p’las autoridade locais que o detiveram sob um qualquer pretexto legal local.
A coisa soube-se, alguns decidiram fazer algo e acabaram por estar na rua bastantes pessoas com cartazes equivalentes. No espírito da oferta e como forma de protesto.
Tudo terá acabado bem, com a libertação do cavalheiro. Que, e se a memória me não falha, era na casa dos vintes e poucos de idade.

As mocinhas desembarcaram na mesma estação que eu. E, aproveitando o ensejo, pedi-lhes que me deixassem fotografar o cartaz. Em troca, contava-lhes eu a história dele.
Acederam e ainda quiseram mais: uma fotografia do grupo.
Seguiram elas para junto do um grande grupo que iria pôr em prática os dizeres escritos. E segui eu p’ro trabalho.
Fica a foto do cartaz e a respectiva história como sendo a photocrónica fofinha do dia.
A do grupo, desculpem, mas fica na privacidade delas e minhas, que não lhes perguntei se a poderia usar.


By me

Sem comentários: