quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Velharias



Suspeito que não entenderão a importância desta fotografia.
Pouca importância terá, de facto, se começar por dizer que se trata de uma imagem recusada. Uma fotografia que eu, e o meu sócio, recusámos de entre as que fizemos como mesmo objectivo.
Mas se vos disser que a fotografia que não foi recusada, e que foi entregue ao cliente, foi a primeira publicitária que fiz… aí, talvez, tenha outro valor.
Fotografada em diapositivo de nove por doze centímetros (4x5) se preferirem, usando uma câmara emprestada, com chassis e objectiva emprestados também, o conceito era, a pedido do cliente, que um mesmo produto existia sob a forma de cápsula, comprimidos e injectável. Para um laboratório farmacêutico, naturalmente.
Agora, e para além de toda a nossa muito pequena experiência com este tipo de equipamento, imaginem a dificuldade em manusear e colocar na posição exacta todo o conteúdo, de forma a estar visível a marca e sem que os revestimentos derretessem sob o calor mais que intenso de 2000 watts da iluminação. Para já não falar da ausência de ventilação da cave que tanto servia de estúdio como de laboratório.
Se bem me recordo, foram umas três ou quatro horas que gastámos com esta imagem. Há trinta e tal anos, quando o digital mais não era o da impressão do dedo.

O que faz ali o diabo da caneta bic? Só para servir de escala e tenham uma ideia do tamanho do diapositivo que a câmara usava.

By me 

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