sexta-feira, 21 de junho de 2013

Viva o feriado



O jornal diz que foi às seis horas e quatro minutos. Nem me dei ao trabalho de o confirmar. Nem num almanaque nem num site de ciência. Que nestas coisas da astronomia e dos movimentos dos astros, planeta terra incluída, há muitas certezas.
E o que aconteceu nesta data e a esta hora foi o solstício de verão e, com ele, o início do que chamamos de verão. Viva o verão, diriam alguns.
No entanto, em fazendo uma simples observação do tempo, parece quase tudo que não o verão: céu encoberto, algum vento com ar não quente, gente ainda usando mangas compridas e um casaquinho de malha caso regressem a casa p’la noitinha… Talvez que seja formalmente verão, mas não aqui nas nossas bandas.
Falta acrescentar que este é o dia em que o número de horas de luz solar é maior que qualquer outro. E que a sombra de um qualquer objecto é menor, aquando do meio-dia solar.
Tudo isto aprendemos na escola, primária no meu tempo.
Aquilo que me faz realmente confusão é que este dia, tal como o solstício de Inverno e os equinócios da primavera e do Outono, já eram celebrados aquando da pré-história. E, antes que vá mais longe, saiba-se que por “pré-história” se entende todo o período da existência da Terra anterior à invenção da escrita.
Ou seja, mesmo antes da invenção da escrita, em que o conhecimento era passado de boca em boca, em que a ciência não tinha registos, em que a esperança de vida de cada individuo era bem diminuta, em que não havia como contar a passagem tempo e em que haveria dias como o de hoje em que o sol não está visível, já estas datas eram vitais para o Homem. Importantes a ponto de, e usando apenas da tecnologia resultante do esforço braçal, se deram ao trabalho de erguer monumentos compostos de penedos enormes, celebrando e marcando com isso o movimento do sol nos céu. E a morte e renascimento. Os ciclos naturais, não explicáveis então, mas que se perpetuam para aquém e para além da mera existência do ser humano no planeta.

É por isto que eu, Acrata e Agnóstico, entendo que a data de hoje, tal como as restantes três, deveriam ser os únicos feriados do ano. Seja qual for o continente ou hemisfério. Tão global quanto o próprio globo.

Que os demais feriados mais não fazem que celebrar coisas feitas p’lo Homem, tão duradoiras quanto ele mesmo.

By me 

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