domingo, 17 de março de 2013

Proposta




É sabido que todo e qualquer movimento de massas necessita de um hino. Em particular se esse movimento se pautar por alguma violência ou entusiasmo.
É assim que temos os hinos das selecções, os hinos nacionais, as marchas militares… Não apenas os ritmos ajudam às movimentações como as letras empolgam quem os canta.
De igual forma temos os gestos. Em regra com uma mão, fechada ou aberta, no peito, na cabeça, acima dela. Esse gesto, tal como os hinos, identifica quem o faz, sincroniza multidões, canaliza energias.
Nos tempos que correm gestos novos são difíceis de encontrar. De uma forma ou de outra, a história recente tem-nos usado quase todos, sobrando ainda as conotações políticas de cada um. É, assim, difícil ter um gesto que una vontades e aspirações e que seja neutro para com o passado recente.
Difícil mas não impossível!
Proponho eu este gesto. Um clássico. Pouco ou nada filosófico. Conhecido por todos e com significado mais ou menos explícito. Um gesto que todos, em uníssono, podem fazer para demonstrar os seus sentimentos para com os governantes que nos andam a assaltar os bolsos e as dispensas.
Um gesto que não creio haver alguém que algures na sua vida não tenha feito, mais ou menos às claras ou às escondidas e com muita raiva. A raiva que todos sentimos.
Em contraste com o “Grândola”, assumido como hino de revolta mesmo não sendo muito ritmado, sugiro que em vez de um punho fechado ou aberto lhes façamos o clássico “dedo do meio”, sem pudores nem ideias partidárias.
Na discrição do vosso computador e longe das vistas mais pudicas, experimentem este gesto de revolta. Com força. Com genica. Com alma. Pensando naqueles contra quem, mais alto ou mais em surdina, têm vindo a protestar.
E digam-me, depois, se este pode ou não ser “O Gesto” que acompanhe os protestos públicos?

By me

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