segunda-feira, 11 de março de 2013

Isto é uma fotografia!




Feita esta manhã, há poucos minutos, com a minha câmara Pentax K7 e a minha objectiva Tamron SP2 90mm f:2,5. Não tem nenhum tratamento posterior que não seja o alterar as suas proporções e redução de tamanho para um conveniente para a web.
Isto é uma fotografia!
A minha câmara estava montada num tripé (Benbo #1 dos antigos) e apontada para a rua através da minha janela de casa. A exposição foi de 1/100 com f:22 para ISO 400.
Perguntar-me-ão, então, porque raio só se vê preto.
Bem, a resposta é triste mas verdadeira.
Acontece que a câmara, com a sofisticação que possui, foi incapaz de registar os carros, as árvores, os prédios, o céu e as nuvens da rua. Isto é pena, porque era isso mesmo que eu queria mostrar, que era isso que eu sabia estar a acontecer. E essa incapacidade, apesar de eu saber como verdadeiro o que lá estava a acontecer e da sofisticação da câmara, advém de entre ela e a rua estar uma janela fechada e uma cortina corrida. Preta.
Caramba! Isto é uma fotografia. E deveria registar o que sei por verdadeiro. E sei que as radiações electromagnéticas emanadas do assunto que queria mostrar chegaram à câmara, tal como chegaram à minha mente. E a fotografia é a reprodução das imagens que chegam à mente do fotógrafo.
Ou não será assim?
Talvez que não.
Que a fotografia apenas regista as radiações no espectro do visível que chegam ao sensor ou película. Eventualmente, e se estiver preparado para isso, já no campo de infravermelho, um nico. Não mais.
A fotografia não regista nem mostra os raios X ou Gama ou outros. A fotografia não mostra aquilo que a minha mente vê mas que não consta deste leque de radiações.
Assim, não posso dizer que isto é “uma fotografia da minha rua”! Posso, com toda a certeza, dizer que isto é “uma imagem da minha rua, apesar de a câmara não ter consigo registar”!
Agora esta fotografia não é uma fotografia da minha rua!

Portanto: ora batatas para todos aqueles que solarizam, filtram, invertem cores, acrescentam ou retiram radiações, mostram aquilo que os olhos e a câmara não viram, e chamam a isso de “fotografia”!
Chamem-lhe imagem, fotografismo, pintura fotográfica, registo subjectivo, radiações alucinadas ou mesmo batata frita.
Agora fotografia não será, p’la certa!
Ou então será perfeitamente admissível que eu diga que o que aqui mostro é uma fotografia da minha rua e azar o vosso se a não vêem.

By me 

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