segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Corrigindo um artigo de jornal sobre profundidade de campo e tamanho de sensores


Este é o artigo conforme o li no jornal Público.
Presunção minha, mas entendi que o deveria corrigir e complementar, ainda que p’la rama.
Isto foi o que me saiu, assim meio às três pancadas e entre dois cafés, e enviado para o referido jornal.

“Entenda-se que este artigo estará, quiçá, mal traduzido.
Onde se lê “uma lente mais larga”, e dando de barato que não será “lente” mas antes “objectiva”, leia-se “objectiva de maior ângulo”, vulgo “grande angular” ou ainda “focal curta”.
Por outro lado, e ainda que de uma forma confusa e incompleta, fala-se num factor vital para se controlar a profundidade de campo: a escala de reprodução”. Por outras palavras, a relação entre o tamanho do assunto e o tamanho da sua imagem no sensor. Quanto maior a escala de reprodução, menor a profundidade de campo.
Tomemos o seguinte exemplo: duas imagens feitas de um mesmo ponto de um mesmo assunto e com a mesma abertura de diafragma: A e B. A A com uma distância focal menor que a B. Se, depois de feita, ampliarmos o resultado da imagem A para que o assunto fique do mesmo tamanho que na imagem B, verificaremos que a profundidade de campo será igual, já que a escala de reprodução é idêntica, tal como o diafragma. Terá é que ser considerado a introdução de “ruído” na imagem, fruto da ampliação feita.
Falta acrescentar um factor importante e complexo chamado “círculo de confusão”. A área no alvo onde fica reproduzida a imagem de um ponto. Isto porque diferentes comprimentos de onda de luz visível, ao atravessarem os vidros de uma objectiva, não são deflectidos da mesma forma, já que alteram a sua velocidade. Donde, dois raios luminosos, provenientes do mesmo ponto, depois de passarem por uma objectiva, produzem (se considerarmos apenas o verde, vermelho e azul) seis pontos no alvo ou sensor.
É esta área, que depende da qualidade dos vidros usados, das suas densidades, das suas curvaturas e dos tratamentos de superfície, que se chama “círculo de confusão”.
Quanto mais perto do alvo se encontrar o centro óptico da objectiva, menor será também o círculo de confusão.
Assim, e sendo que para um alvo ou sensor maior e para um mesmo ângulo de visão, a distância focal (distância entre centro óptico e alvo ou sensor), o círculo de confusão aumenta, dando como resultado que, para uma mesma abertura de diafragma a profundidade de campo será menor.

O assunto não é fácil de abordar nem de entender. O artigo, ainda que interessante, peca por confuso, inexacto e incompleto. É pena.“

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