sábado, 8 de dezembro de 2012

Temos pena




Às vezes dá vontade nem sei de quê!
Sou fumador. Há muitos anos que o sou e sempre procurei ser auto-suficiente no meu vício.
Sou-o de tal forma que vou trabalhar com reserva suficiente para dois turnos de trabalho. Que sei sempre a que horas entro mas nunca garanto as horas a que vou sair. 
Mas, não apenas sou fumador como tenho os meus gostos particulares no como o faço. Um deles é a forma como acendo os cigarros.
Gosto de usar isqueiros Zippo, que uso num estojo de cinto. Tenho cuidado com eles, não os de um coleccionador fanático, mas quanto baste para evitar que se risquem ou sofram amolgadelas. Daí o nunca ter feito habilidades com eles, como o acendê-los só com dois dedos, ou jogá-los longe acesos, para testar um dos mitos que existem em seu redor.
Só que, neste meu cuidado com os isqueiros Zippo que possuo, tenho um outro: não os empresto. Se me pedem lume, acendo-os eu. Que nunca sei que tratos de polé lhes podem dar.
E se acontece estar sentado a trabalhar e um colega me pedir o isqueiro emprestado para ir lá fora fumar, o que lhes passo para as mãos nunca é o Zippo. Tenho sempre comigo um desses a gás, descartável, que faz o mesmo efeito (lume) e pelos quais não tenho afecto especial. Excepto, claro, quando me falta a gasolina ou pedra no Zippo e eles são a minha reserva.
A grande maioria dos colegas já sabe desta minha estima pelos Zippo, pelo que, quando me pedem lume para ir ali e voltar, alguns já referem o de reserva.
Hoje fiquei apeado! Ao atravessar a rua a caminho da bica matinal, fiquei sem gasolina. É normal. O que já não é normal é ter levado a mão ao bolso onde tenho o de reserva e lembrar-me que não estava lá nenhum.
Pela terceira vez, um colega me pediu lume, levou o descartável e não o devolveu!
Não é um repetente. As duas primeiras aconteceram com o mesmo, esta foi um diferente.
Mas começo a ficar farto de ter algo que empresto e que me não é devolvido! Não é honesto, não é simpático nem é cordial. Menos ainda entre colegas.
A solução, hoje, foi fácil: dei meia volta, regressei a casa e enchi o depósito.
Mas fica o aviso: de ora em diante não me peçam lume para “ir ali fumar um cigarrito e já to devolvo”. O Zippo não empresto; quanto ao outro, “temos pena”!

By me

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