domingo, 16 de dezembro de 2012

Cultura (Lat. cultura, s.m.)




Conheci em tempos uma senhora que concorreu para subir de categoria na empresa em que trabalhava.
Quando foram divulgados os resultados do concurso, mostrou-se muito surpreendida, enxofrada mesmo, porque fora reprovada.
Um dos seus argumentos seguia esta linha, mais palavra, menos palavra:
“Não há direito nenhum! Fui chumbada na prova de cultura geral e nenhuma das perguntas do teste estava no livro de cultura geral que comprei e estudei a fundo. Não há direito nenhum!”
Se eu não conhecesse a senhora em causa e acharia que se tratava de uma blague, um chiste, uma piada seca. Mas acontece que a senhora estava mesmo a falar a sério e houve uma alma caridosa que a demoveu de recorrer dos resultados.

Vem isto a propósito a cultura geral não se aprender na escola. Nem vem nos livros. Eventualmente numa enciclopédia das grandes. Talvez!
É, assim, natural que os recém formados das universidades e que se encontram em estágio sofram de uma terrível falta de cultura geral. Que, além de não ser a cultura geral uma cadeira obrigatória, não tiveram eles ainda tempo para a aprenderem fora do academismo.
O que me incomoda mesmo é constatar que nessas escolas superiores não lhes incutiram a curiosidade para aprender.
Leram os livros recomendados ou obrigatórios, consultaram apontamentos e sebentas, assistiram a todas as palestras e fizeram todos os exercícios, mas ficaram-se por aí.
E mesmo o conhecimento adquirido na net, vasto que é, conduz quem procura directamente ao que procura, deixando de fora o conhecimento adicional ou dito “supérfluo”.
Acontece que é esse conhecimento extra, essas pistas inesperadas que conduzem a temas e saberes insuspeitos, que formam a tal “cultura geral”.
É que muito mais importante que saber dar as respostas é saber fazer as perguntas. Tal como é por isso mesmo é que os computadores são estúpidos!

By me

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