quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Genocídios




Leio no jornal Público um artigo de Timothy William Waters sobre o julgamento de Radovan Karadzic e a acusação de genocídio.
O artigo até tem graça sobre o conceito de genocídio, a sua prova, e juntado no mesmo saco a questão da Servia e da Bósnia com a questão da Turquia e da Arménia. Questão esta ainda por resolver no plano político.
Esqueceu-se o articulista de incluir neste saco uma outra questão, bem anterior ao séc. XX, e que se refere ao que sucedeu naquilo a que chamamos de “América”. Tanto do norte como no centro e no sul.
Por ali, a atitude dos europeus invasores perante os povos nativos foi a sua extinção, p’las armas e p’la cultura, tanto matando quase que indiscriminadamente quem já lá vivia com aculturando esses mesmos, impondo-lhes outras formas de vida, importando costumes e religiões, cerceando as suas formas tradicionais de alimentação e nomadismo…
Por outras palavras: o que aconteceu no continente americano, de norte a sul, foi um genocídio de muitas culturas e povos.
Indo um pouquinho mais longe, é isso mesmo que ainda está a acontecer no Amazonas e na Patagónia. Índios num, Mapuche noutro. Hoje, séc. XXI!
Quando me falam em genocídios e julgamentos, os limitam a uma centena de anos ou nem tanto, e decidem levar os casos a tribunal, lembro-me sempre daqueles outros que nem têm quem lhes dê voz, quanto mais um juiz que os oiça.

By me 

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