terça-feira, 31 de julho de 2012

Vitória ou morte (ou quase)




Por esta altura, tal como há quatro anos e quatro anos antes disso e quatro anos mais atrás, está o povo português e não só a vibrar com os jogos olímpicos.
Logo a abrir, o grande espectáculo, que de jogos e de espírito olímpico pouco teve, não passando de uma super produção para fazer uns trocos graúdos.
Depois, a expectativa das medalhas: há que ganhar uma medalha, seja lá por onde for, insistem os jornaleiros, ao serviço dos directos e das manchetes. Quando não, deduz-se, e conjugado com a troika, os cortes nos subsídios, os relvas e os incêndios estivais, será a grande depressão nacional e não chegarão psiquiatras e psicólogos para atender os coitados dos tugas que em casa chorarão o não haver ouro, prata ou mesmo bronze.
Esquecem-se todos eles, os que se batem no sofá, junto ao computador ou em frente da objectiva, que cada um dos que lá está, a competir nos Jogos Olímpicos, já é de si mesmo muito grande, muito bom, para lá poder estar. Acontecerá, eventualmente, virem a encontrar outros que são tão bons ou melhores que os nossos.
E é por isso mesmo, por esse frenesim em torno da competição com os outros, que não ligo peva aos jogos olímpicos. A única competição que entendo por válida, é a competição de cada um consigo mesmo, tentando cada dia ser melhor naquilo que faz que na véspera.
Quanto ao resto, aquilo que nos tempos que correm acontece nos estádios olímpicos e a forma como é interpretado cá fora não passa de guerras entre nações, a ver que trás mais medalhas. Batalhas campais em que os combatentes, coitados, lutam fazendo aquilo de que gostam, não se apercebendo que o seu esforço resulta no saciar da sede de violência da populaça e que os media tanto acarinham.
Ora batatas para os jogos olímpicos!

By me

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