segunda-feira, 11 de junho de 2012

Introspecção pública




Uma frase que tenho usado quase para além da exaustão diz que “Se eu souber porquê, sei como”.
Outra que a completa, e mais concretamente sobre imagem, enuncia os princípios para fotografar: “Olhar, ver, captar”.
Qualquer uma delas nos conduz à necessidade de, confrontados com qualquer assunto a registar, entendê-lo ou “estar em sintonia” para poder fotografar e trazer algo “que se veja”. Algo que mostre o que vimos e/ou sentimos.
Quando tal não sucede, o mais que regressa na nossa câmara são fotocópias do que estava em frente dos nossos olhos, desprovidas de emoção ou sentido. Meros registos de luz e cor.
Não é, certamente, o simples facto de se estar num local belo, com miríades de luzes e sombras, com perspectivas incomuns e em boa companhia, que nos faz fazer imagens que nos encham a alma. Pelo menos comigo!
O saber da história de um local, significados e esforços para o fazer, não me chega para o fotografar. Mais que saber os factos, mais que entender os motivos, tenho que reagir emotivamente a eles, pela simpatia ou antipatia, para que tenha vontade de obturar ou, de outra forma, para que o que obturo me diga algo. E se a mim nada disser, ao ver mais tarde o que fiz de nada serve. Tão inconsequente quanto uma lista telefónica.
O meu refúgio, nestas circunstâncias, em que fotografar é quase um dever, é usar de fórmulas conhecidas, jogos de luz e sombra aqui ou ali, para que a jornada não seja estéril em termos fotográficos.
Talvez que eu não seja um fotógrafo mas antes um “vibrante” que reage síncrono ou assíncrono ao que me cerca. Assim sendo, e se eu não vir aquilo para que olho, quase mais vale nem captar.

By me 

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