sexta-feira, 8 de junho de 2012

A colher




Com o tempo tudo ou quase se nos chega.
(Por tempo entenda-se “tempo de vida!”)
Eles são os achaques, eles são os ataques de mau génio ou feitio, ele é a falta de paciência, eles são as manias…
E eu, que já levo algum tempo disto, não sou excepção, muito naturalmente. Um pouco disto e daquilo, principalmente a questão do feitio e das manias.
E não aceito, venha lá quem vier, que me entreguem um café servido em chávena de loiça, com pires incluído, acompanhado de uma palheta de plástico para com ela dissolver o açúcar. Não aceito e pronto!
Que uma palheta de plástico, assim usada, é lixo garantido e, pior ainda, lixo indiscriminado, que ainda não vi lugar algum a colocar as ditas palhetas junto com os demais resíduos de plástico para reciclagem. Vão parar, invariavelmente, ao mesmo local onde vai parar o que sobra dos pacotes de açúcar, os guardanapos de papel e os restos de bolo.
Esta minha mania fez com que, em tempos, carregasse comigo a minha própria colher minha, usava-a e lavava-a de novo. Ficando eu a gozar com a cara de espanto de quem estivesse em redor, de um lado ou do outro do balcão.
Mas já não estou muito para isso. Dá trabalho, tenho que ter o cuidado de a usar num estojo, de a secar bem antes de a guardar de novo… não me apetece!
Pelo que insisto na colher metálica. E se insistem comigo que não têm, peço uma maior, de galão por exemplo, e uso o seu cabo para o serviço. Que não sou fácil de convencer do contrário quando entendo que tenho razão.
Nalguns locais que já adoptaram as palhetas como regra, em vendo-me chegar já sabem: vão à gaveta e entregam-me uma das que ainda restam. Que lhes é mais fácil fazerem-no que enfrentaram os meus argumentos, mesmo que quando apresentados com um sorriso e argumentos ecológicos.

By me

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