quinta-feira, 31 de maio de 2012

Escribas e factos




Há uns anos um líder do Hamas (Palestina) morreu na sequência de um disparo de mísseis a partir de helicópteros Israelitas.
A esse respeito e sobre a forma como morreu ouvi alguém, com grande poder editorial num órgão de comunicação social, corrigir um subalterno:
“Assassinado não! Abatido!”
Agora leio um título num jornal diário português: No Name boys escapam à prisão.”
São os verbos e os tempos, os adjectivos e os substantivos, vozes e advérbios que fazem a diferença.
O facto de serem quase sinónimos, mas apenas quase, transforma a informação de um facto na opinião sobre um facto. E, com isto, várias coisas acontecem, raisparta!
A – Molda-se a opinião do público (leitor, ouvinte, telespectador) atribuindo cargas positivas ou negativas aos factos mas sem o dizer claramente.
B – Quebra-se o código deontológico dos jornalistas.
E o cidadão comum, preocupado que está na sobrevivência diária, engole as opiniões como se de factos se tratassem. Como o rato engole o isco.
Incomoda-me que as secretas possam fazer relatórios sobre jornalistas. É errado que as suas vidas (ou as de quaisquer outros) possam ser devassadas com fitos pouco claros e nem sempre honrados.
Mas muitos escribas da informação bem que mereciam ser erradicados do ofício, passando a reportar não mais que o crescer da relva nos jardins ou a taxa de reprodução dos coelhos nas agropecuárias.
Que impor dissimuladamente opiniões ou pensamentos é tão mau quanto proibir os mesmos. Ou pior!

By me 

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