quarta-feira, 18 de abril de 2012

Com toda a honestidade




É uma daquelas questões de que raramente se fala: para que serve o sistema penal?
Para que os condenados aprendam e saibam viver em sociedade sem cometer crimes?
Para retirar da sociedade os condenados porque perniciosos?
Como vingança das vítimas?

Encontro-me na situação de vítima e o sistema judicial está em andamento, com o eventual julgamento do “criminoso”. Passível de pena de prisão, ao que julgo saber.
Para já, não sinto vontade de me vingar do meu agressor. Não tenho aquele desejo, tantas vezes mostrado na TV, de que ele “vá parar com os ossos à cadeia”. Naturalmente que me não apetece cruzar com essa pessoa. Ou mesmo partilhar o mesmo espaço. Mas saber que ele vai passar mal (que estar preso é passar mal), apenas porque me fez (faz) passar mal não é desejo meu.
O meu mais sincero desejo é que essa pessoa não mais cometa um acto semelhante sobre quem quer que seja. Que de algum modo saiba ou aprenda que o seu acto não é o certo numa sã convivência entre cidadãos. E, se outro motivo não houver, que saiba que poderá sempre vir a encontrar alguém que a ele faça o mesmo, coisa de que não gostará, p’la certa.
Como poderá ele saber ou aprender tal conceito? Não sei responder.
Ao longo da história a humanidade tem usado a privação de liberdade como  forma de reinserção social, de aprendizagem de comportamentos não prejudiciais ao grupo em que vivemos. E sabemos, que a história no-lo tem ensinado, que em muitos casos a pena de prisão conduz mais a aprendizagens negativas que a positivas. Quer as penas de prisão usadas em regimes ditatoriais quer as de países liberais ou democratas.
Sendo que não tenho uma solução útil, só vejo como possível o deixar actuar o sistema judicial existente. Sem raiva nem desejo de vingança: apenas que funcione.
E, nos entretantos, que se encontre uma solução que deixe de fora o sentimento de vingança que a tantos atormenta e que leva, por vezes, a desrespeitar o sistema judicial.


By me

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