quinta-feira, 29 de março de 2012

Entre o olhar e o ver




Na sequência das “Trocas Fotográficas”, recebi isto que aqui se vê a duplicar: Uma folha de papel, formato A3 e translúcida, onde foram impressas diversas fotografias.
A acompanhar, um sistema de suporte e três velas, que o conjunto presume-se ser retro-iluminado.
Desde logo se punha a questão de três velas serem poucas, que se visualmente funcionava, a não uniformidade da distribuição de luz não permitiria um fotografia aceitável. Acabei por usar nove, distribuídas na vertical, garantindo a não uniformidade mas com níveis suficientes para o registo.
De seguida a questão da calibração de cor. A imagem final foi a de cima, a imagem quase correcta a de baixo. A pergunta seria: “Então o que é que os teus olhos viam?” ou “Então assim as fotografias impressas não estão reproduzidas como as viste?!”
Não era isto que os meus olhos viam nem as fotos estão correctamente mostradas. Acontece que, se desse como imagem final a de baixo, não se sentiria que a luz usada eram velas. Tanto o poderia ser com velas como com lâmpadas ou como com a luz solar. E teria que ser mostrado aquilo que não se vê: velas acesas.

Tenho para mim que nem sempre o ser-se fiel ao que existe será a melhor solução na produção de imagens. Que a frieza da tecnologia não é reprodutora de emoções e sentimentos. Pequenas mentiras ou desvios à verdade da técnica fazem, tantas vezes, a diferença entre aquilo para que olhamos e aquilo que vemos.

By me

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