sábado, 31 de março de 2012

Apagão




Mais que militante do que quer que seja, gosto de me pensar como franco atirador. Há coisas em que alinho, outras em que não alinho.
E esta de apagar parte das luzes, nem que seja por uma hora, em simultâneo em muitas cidades, tem a sua graça.
Mas, como snipper, preferi não estar lá, onde os monumentos, edifícios públicos e praças se escureceram. Ainda que talvez pudesse fazer umas fotos engraçadas. Fiquei em casa, apaguei eu mesmo as luzes e acendi umas velinhas na janela.
Como eu imaginava, o meu acto isolado aqui no bairro deu frutos. Dos bons.
Enquanto as acendia e as fotografava, ouvi, do alto da minha varanda, três casais diferentes, mais as respectivas proles, que passaram na rua e comentaram o que eu estava a fazer. E foi também do alto da minha janela que lhes respondi e expliquei.
Passados minutos, uma das janelas do prédio ao lado do meu estava com uma vela acesa. E as luzes de casa apagadas.
Como eu sempre defendi, mais que os decretos são os exemplos que fazem passar as mensagens e mudam as mentalidades.
Entretanto as velinhas apagaram-se, que a aragem não perdoou. Mas manteve-se acesa a chama da minha crença em que é possível fazer mais e melhor. Assim o queiramos e não fiquemos de braços cruzados.

By me 

Sem comentários: