quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Porquê e como - 2




É, talvez, um defeito que tenha. Entre muitos.
Não sou capaz de fazer uma imagem sem que em torno dela exista algum tipo de história ou estória.
Talvez que seja defeito profissional, mas o certo é que nem mesmo quando executo uma imagem (videográfica ou fotográfica) a pedido, com especificações bem definidas, tenho que ter essa estória ou história cá dentro para entender o que estou a fazer.
E se acontecer não me serem dadas pistas sobre elas – as estórias ou histórias – invento-as eu mesmo. Uma qualquer coisa que justifique o que estou a fazer.
Faço melhor o que faço se as inventar? Umas vezes sim, outras nem por isso, mas certo é que, pelo menos, estou a perceber o que estou a fazer. E, como costumo dizer, “Se eu souber, sei como”.
Quando não são imagens pedidas por outrem, são sempre imagens pedidas por aquele “chato” que habita algures cá dentro. Com esse o diálogo nem sempre é fácil. Que umas vezes invento eu o porquê, outras diz-me ele o porquê e eu que invente o como.

Neste caso a estória foi a nostalgia. A nostalgia que um fim de dia numa estação de caminho de ferro de longo curso sempre me provoca, e a vontade tremenda de mandar às urtigas o destino que tinha previsto e partir no da outra linha, vá para onde quer que vá.
O como foi mesmo a luz. Estava mesmo a jeito, baixinha, amarelinha e a atravessar o tal comboio que desejaria ter tomado.
Depois, foi só usar da ferramenta principal de quem lida com imagem, e explorar várias perspectivas.
Uma delas foi esta.

Texto e imagem: by me 

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