quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Faz! Não esperes que alguém faça!




Esta é a estação de Algueirão-Mem Martins, na linha de Sintra, Lisboa.
E este é o cais de quem desembarca vindo de Lisboa ou quer embarcar para Sintra. A porta que aqui se vê é a de acesso ao edifício das bilheteiras, com atendimento por funcionário.
É nesta porta que está instalado o chamado “canal especial”. É por esta canal que podem passar pessoas com necessidades especiais de locomoção, como os que usam cadeiras de rodas, acompanhantes de crianças de tenra idade, portadores de volumes de grande dimensão ou outros.
Pois acontece que quando este canal aqui foi instalado a prática desta estação fazia com que ao encerrar a bilheteira manual também o edifício era encerrado, sendo descida em ambas as suas portas uma pesada grade. Impossibilitando o uso do canal especial. Quem quer que o tivesse que usar ficava impedido de sair da estação ou de nela entrar. O que é uma franca violação dos direitos dos cidadãos em geral e dos possuidores de dificuldade de locomoção em particular.
Não gostei! Não gostei nem um pouco! Não uso cadeira de rodas nem sou acompanhante de crianças de tenra idade, mas não gostei mesmo nada!
Por várias vezes questionei os funcionários desta estação como faria alguém com necessidades especiais se aqui chegasse depois da 21.30 e foi-me dito que essas eram as instruções que tinham e que qualquer reclamação deveria ser encaminhada para a CP através de reclamação escrita ou junto do gabinete de atendimento do utente. Foi o que fiz, um fim de tarde há uns dias.
Quem me atendeu não me acreditou e consultou, via telefone, a referida estação. Após o que me estendeu um impresso para que reclamasse por escrito. Continuei a não gostar e insisti: que faria eu se nessa mesma noite fosse acompanhante de alguém que apenas pudesse sair por este canal e estivesse trancado? Como poderia sair, nessa mesma noite, da estação depois de desembarcar?
Novo telefonema e novo empurrar na minha direcção tal impresso. Desta feita acompanhado por um folheto onde eu seria informado das diligências a fazer caso fosse portador de deficiência e requeresse acompanhamento especial.
Gostei menos ainda e disse-lhe que iria reclamar, sim, mas de outra forma, divulgando a situação em tudo quanto é sítio, incluindo onde trabalho. Não apenas para que se resolvesse a questão mas também para que se soubesse como a CP trata os seus utentes com necessidades especiais.
No dia seguinte, pelas dez e muito da noite, desembarco nesta estação e sou surpreendido com a grade levantada. Nas duas portas de acesso ao edifício. Situação que se tem mantido de então para cá.
Quem me atendeu deve ter feito passar o recado, a ameaça incluída, e alguém decidiu resolver a questão.
Pena é ter sido necessário reclamar com veemência e ameaçar com a comunicação social para corrigir algo que nunca deveria ter acontecido.

Texto e imagem: by me

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