quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Farturas ou estamos fartos?




Durante quase meio século o povo português foi vivendo no limiar da pobreza, com uma ditadura apoiada em censura e polícia política.
Vivíamos voltados para dentro, quase nem desconfiando que havia outras formas de viver e outras coisas que comer.
Apoiámos, discretamente, várias ditaduras, alimentámos um império colonial e uma guerra para o defender. Inútil, como sabemos.
Hoje, o regresso ao “pão e circo”, temperado de ignorância, com que nos alimentaram será bem mais difícil. Não estaremos limitados ao que alguns ouviam às escondidas nas emissões da BBC nem aos livros e panfletos distribuídos clandestinamente.
Cada cidadão é hoje, graças às novas tecnologias de informação, um jornalista e um delator, que vai divulgando o que sabe, porque o leu algures, porque o assistiu ou porque o viveu.
Quando a fome – de comida, de justiça, de liberdade – apertar ainda mais, não creio que a tradicional opinião de “mansos portugueses” se mantenha.
E não serão barraquinhas de churros e farturas às portas dos bancos que apaziguarão os ânimos!

Texto e imagem: by me

Sem comentários: