domingo, 30 de outubro de 2011

Reflexão matinal de Domingo




Começo a ficar cansado da estratégia do “devagarinho, devagarinho, vai tudo!”
E estes nossos governantes são especialistas nisso:
- Primeiro dizem que é só meio subsídio de natal que é confiscado; depois dizem que é todo, mais o de férias, mas que é só por dois anos; agora sugerem que pode ser permanentemente.
- Primeiro advogam que o trabalho extraordinário tem que ser pago a valores mais baixos; depois decidem que se terá que trabalhar mais meia hora por dia; agora declaram que essa meia hora pode ser acumulada e que se poderá ter que trabalhar, gratuitamente, mais dia e meio por mês.
- Primeiro alertaram que este será um ano muito difícil; depois informam que serão mais dois de austeridade; agora avisam que o apertar do cinto será por muitos mais anos.

Sempre gostaria de saber se estes nossos ministros e secretários de estado, bem como deputados, se no lugar de terem como profissões de origem (nalguns casos ainda mantida em paralelo) meramente de serviços como a advocacia ou docência ou consultadoria ou economia ou politologia tivessem ofícios realmente produtivos como torneiros ou amanuenses ou atendimento de balcão ou agricultor ou motoristas ou costureiro, se dariam de barato estes lentos e progressivos aumentos de penosidade e estas lentas, consolidadas e progressivas diminuições de rendimentos e tempo para a família e para viver.
Gostaria de saber como reagiriam se, para além da diminuição dos rendimentos e dos aumentos generalizados dos bens e serviços, ainda tivessem despesas acrescidas, como o ter pagar que mais dia e meio mensal (ou meia hora diária) a uma ama ou creche para os filhos. Ou ter que optar por percursos mais longos e demorados de e para o trabalho porque não há como pagar portagens. Ou a ter que deixar o emprego porque o fim dos horários dos transportes públicos passará a ser antes do acabar o turno de trabalho na loja ou fábrica.

Esta situação recorda-me uma conversa atribuída a Maria Antonieta, algures no séc. XVIII:
“Senhora!” ter-lhe-ão dito “O povo não tem pão!”
“E depois? Façam como eu, comam brioches.”

Texto e imagem: by me

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