domingo, 23 de outubro de 2011

Os media e a crise




Do que por cá se passa vamos sabendo, mais orçamento, menos défice, mais declaração, menos manifestação. E com a certeza de sabermos que a procissão ainda não saiu do adro.
Da Grécia também vamos sabendo, que as Tvs e os jornais nos vão mostrando os confrontos entre a população e as polícias, as lojas fechadas e os hipotéticos perdões.
Da guerra na Europa também vamos tendo notícias, ainda que só vejamos os sorrisos, os apertos de mão e as entradas para as cimeiras. Que os sempiternos inimigos – França e Alemanha – continuam a bater-se pelo poder no velho continente, usando bancos e políticas no lugar de trincheiras e granadas.
Mas da Irlanda, igualmente em apuros, que igualmente pediu ajuda e para quem igualmente se abriram os cordões à bolsa, nada nos contam. Nem se resultou ou nem por isso, nem os ratings nacionais ou empresariais. Como exemplo nada vale, positivo ou negativo.
Da Islândia, então, nem se sabe que existe. Que não é bom de referir que se revoltaram política e economicamente, que mandaram às urtigas os esquemas bancários internacionais e que alteram a lei para poderem levar a tribunal quem os governou e levou a tal situação.
Diz-se que a informação é o quarto poder. Perigoso este poder, porque não sufragado. Perigoso este poder porque, não definindo ou escrevendo leis ou normas, condiciona comportamentos e pensares com o que relata, como e quando relata e com o que omite.
Cria uma realidade informativa, em género de realidade virtual, e onde o que não é narrado não existe.
Saber aceder aos media, saber questioná-los, saber procurar fontes contraditórias ou complementares e, do conjunto, saber tirar as próprias conclusões, deveria ser conteúdo obrigatório na escola básica.
Que acreditar cegamente no mundo dos media é pior que acreditar nas promessas de um político ou mesmo no Pai Natal.

Texto e imagem: by me

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