terça-feira, 6 de setembro de 2011

Usos e abusos - conclusão



No passado dia 18 de Agosto enviei para o director de uma revista de informática nacional um e-mail onde dava conta do meu desagrado por terem usado esta fotografia, de mim e feita por mim, sem que me tivessem pedido autorização ou mesmo informado. Disso dei aqui conta, bem como da resposta automática que me informava que o referido director estava de férias e que regressaria no dia 29.

No dia 26 de Agosto recebo uma resposta, não do director mas do chefe de redacção, que a seguir transcrevo:

Caro JC Duarte,
Começo por pedir desculpa pela resposta tardia – o “Fulano de Tal”, para quem enviou o e-mail, está de férias.
Tentamos sempre respeitar os direitos de autor e estamos neste momento a tentar perceber qual foi a origem da imagem (como já foi há algum tempo, o jornalista não se recorda de como obteve a imagem). Normalmente, recorremos a imagens de agências, livres de direitos de autor ou com autorização do autor para ilustrar este tipo de artigos.
Entretanto, a imagem já foi removida do artigo em questão.
Pedimos, obviamente, desculpa pelo incidente e estamos disponíveis para qualquer esclarecimento.

Atentamente,
“Cicrano”
chefe de redação


Esta foi a minha resposta, em jeito de conclusão, enviada hoje:

Senhores:
Quando vos enviei o meu e-mail terminei com um “Fico a aguardar uma resposta vossa, de preferência uma que me agrade”.
Pois a vossa resposta não me agradou. Por um conjunto de motivos que passarei a explicar.
À uma porque enviei a mensagem para uma pessoa e responde-me outra. Eu sei que o director estava de férias, que recebi uma resposta automática a informar-me disso mesmo, bem como da data do seu regresso. Em qualquer dos casos, se eu entendesse que outra pessoa tratasse do assunto, entraria em contacto com esse “outro”. E já passou uma semana sobre o regresso do destinatário original. O mínimo que posso usar para isto classificar é “deselegante”.
Em seguida, dizem-me que, e cito, “como já foi há algum tempo, o jornalista não se recorda de como obteve a imagem”. A fotografia foi feita por mim em 29 de Maio de 2011, pelas três e pouco da tarde. O “algum tempo” é muito relativo. Não o suficiente, pela certa, para que um jornalista que o seja se esqueça onde obteve o material que usou. Quer mais parecer-me que esta afirmação não passa de uma desculpa esfarrapada, tratando-se de profissionais encartados.
Por fim, não me parece que a imagem tenha sido removida do artigo em questão, conforme é afirmado na vossa resposta. Tendo eu, depois da vossa resposta, procurado afincadamente por ele – o artigo -, não o encontrei no vosso site. Portanto, e a menos que me tenha escapado algo, o que foi removido foi mesmo o artigo por inteiro, fotografia incluída.
Por este conjunto de razões, a vossa resposta não me agrada, infelizmente. Mas, e ao contrário do que várias pessoas me aconselharam a fazer (algumas com a mesma carteira profissional e códigos deontológicos que os senhores devem possuir e seguir) dou o assunto por encerrado assim que divulgar esta mensagem bem como a vossa resposta. Não me anima qualquer desejo de litígio ou de ressarcimento. Apenas não me agradaram os vossos actos que a isto deram origem, não me agradou a vossa resposta, tal como me não agrada a opinião com que fico, e que para mim guardo, sobre os vossos métodos de trabalho.
Quando há situações que me não agradam, ajo e faço disso público. Vou manter esse hábito.
Não costumava consumir o vosso produto. Vou também manter esse hábito.



(Nota extra: propositadamente foi omitido o nome da publicação, bem como foram alterados os nomes das pessoas envolvidas. Não quero “mexer mais no fundo do lago” nem que “mais lodo venha ao cimo”.)

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