domingo, 25 de setembro de 2011

A caneca



Há dias assim: por muito apetitosa que esteja a luz, por agradável que esteja o clima, por muitos quilómetros que palmilhemos… os nossos olhos vagueiam e prendem-se em coisa nenhuma. Nada parece ser suficientemente apelativo que justifique fazer uma fotografia que seja.
Foi a pensar nisso que me sentei para jantar. E continuava a pensar nisso quando me puseram à frente a caneca de cerveja.
Depois de a provar, olhei para ela e pensei: “Nem que seja isto, hei-de levar para casa um boneco!”
Feita que foi, preparava-me eu para a tratar no portátil e pergunta-me o empregado, homem de trintas bem medidos, e que já me atendeu uma boa dúzia de vezes:
“E em quanto é que fica um Toshiba desses?” E apontava para o meu mini PC.
Lá lhe disse em quanto orça e, de caminho, perguntei-lhe para que o queria, que sendo muito versátil, ainda assim tem limitações.
“Ah, é para o normal: a net, o mail, o facebook… Nada demais.”
Que tristeza ver alguém a pensar investir uma pipa de massa apenas para aceder às redes sociais!
Mas, ainda assim, continuei, avisando-o que este pc, tendo o ecrã pequeno, não é recomendável para ser usado muitas horas seguidas. A acrescentei que se resolvia a questão, caso tivesse um monitor de um pc de mesa que pudesse aqui ser ligado.
“Tenho um monitor grande, mas é o do computador da minha mãe…”
Não adiantei mais nada. As histórias ou estórias de solidão que podem estar atrás do facto de um homem, daquela idade ainda estar a viver em casa da mãe…
Entendo assim a necessidade de aceder às redes sociais.
É pena!

Texto e imagem: by me

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