quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Correios, Telefones e Telégrafos (e o que mais houver)



Entro numa estação de correios para fazer duas coisas: uma das mais antigas – enviar uma carta – e uma outra bem mais modernaça – comprar viagens de autocarro.
O espaço é amplo, moderno, luminoso, com diversos postos de atendimento e inúmeros expositores, uns grandes e junto às paredes, outros menores e estrategicamente colocados no meio da sala, com as coisas mais díspares à venda – livros, CDs, DVDs, porta-chaves, canecas, brinquedos, telemóveis… Por incrível que possa parecer, também estavam disponíveis envelopes pré-estampilhados, bem como envelopes almofadados.
A senha que retirei da moderna máquina dispensadora diz-me que o meu número é o A 113. O painel indicador avisa que o último a ser chamado foi o A 104. Não é mau de todo: nove pessoas à minha frente, três balcões a funcionar… nem dez minutos devo aqui passar. Erro meu!
Sou chamado vinte e sete (27) minutos depois! Não fumei ali dentro, mas o vapor que deveria estar a deitar pelos ouvidos poderia enganar qualquer um, suponho.
Porquê toda esta demora? Bem, por um lado uma das funcionárias esteve todo aquele tempo a atender uma única cliente, que queria comprar uma prenda para a sua neta. Andou a mostrar-lhe todos os brinquedos, livros, descreveu-lhe o conteúdo dos DVDs, comentou sobre o tempo que estas coisas duram nas mãos das crianças… Quase parecia reunião de família de mãe e avó em que se falava da pimpolha ausente.
Nos outros dois pontos de atendimento os clientes foram atendidos de quase igual forma, com uma familiaridade simpática mas morosa, em que se trocavam piadas sobre o dia e condições atmosféricas, em que os beijinhos por cima do balcão de pedra foram uma tónica dominante e em que, para além do negócio que ali levava os que estavam do meu lado, ainda lhes quiseram convencer das vantagens de comprarem lotaria, mostrando-lhes o números disponíveis e a lista do último sorteio.
Vinte e sete minutos para atender nove clientes! Numa estação de correios!
Não é para admirar que o negócio não corra pelo melhor.

Texto e imagem: by me

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