quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os Homens da Luta e os Big Five



Seguindo uma rotina, que tenho por saudável, antes de sair de casa para enfrentar o mundo necessito de fazer coisas de que gosto.
E uma delas é dar uma olhada nas notícias on-line. Não apenas para saber o que aconteceu enquanto viajei por terras de morfeu, como para ter uma ante-visão do que me espera em começando a trabalhar.
E a primeira coisa que via (enfim, a quarta, na página do Público) foi que Portugal foi afastado da final do festival da Eurovisão da canção.
Fixe, pensei. Acabaram as histerias e as reportagens diárias sobre um grupo que até nem tem grande qualidade musical, do pouco que sei do assunto.
E servirá, também, para que muitos de nós aprendamos que o gozo antecipado de uma vitória é como contar com o ovo no cu da galinha: estará ou não!
Além do mais, servirá para manter perfeitamente correcto aquele vídeo que circulou e circula sobre Portugal com recados para a Finlândia. É que um dos itens ali referidos é Portugal nunca ter vencido este festival. Continua certo, caramba!
Mas, acima de tudo, terá sido uma mensagem subliminar que nos foi enviada:
“Então aqueles lá da ponta, que não se sabem governar e que andam de mão estendida por uma esmola comunitária, queriam ser os maiores a dar música? Nem pensem! Fiquem lá no vosso cantinho, que até é bonito, endireitem-se e aprendam as lições da sustentabilidade económica. Quando tiverem alguma coisa de jeito para mostrar, voltem cá.”

Esta minha leitura do artigo sobre “Os Homens da Luta” na Eurovisão serviu também para eu confirmar uma coisa de que já suspeitava: que este concurso mais não é que o espelho musical do que se passa na União Europeia, a muitos níveis. Mesmo no finzinho, pode ler-se:
“Na quinta-feira, após a realização da segunda meia-final, que contará de novo com 19 concorrentes, ficar-se-ão a conhecer os dez outros finalistas, que se acrescentarão aos Cinco Grandes (“Big Five”), os países que, desde o ano 2000, têm passagem automática para a final: Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e, desde o ano passado, também a Itália”
Afinal a tal “Europa” são Cinco Grandes, mais os outros todos por acréscimo. Nós incluídos!

By me

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