domingo, 9 de janeiro de 2011

Penduricalhos



E já repararam naquilo que se pendura no espelho retrovisor dos carros?
Tropecei neste aqui na rua, que achei um mimo. Mas fui dar uma olhada no que se exibe nos demais e constatei que primam pela falta de originalidade:
Dos que penduraram alguma coisa, cerca de metade ostenta um terço. Suponho que, e para além da fé que os poderá mover, será um pedido de protecção divina para com os acidentes de viação. Aliás, conheci alguém que fazia questão de rezar as suas orações logo de manhã. Mas, em saindo com atraso de casa, fazia-o no carro. E ai de quem interrompesse…!
Dos que não têm um terço, metade ostenta um símbolo clubístico: leão, dragão, águia. Ícones das suas preferências, fico na dúvida se para de tal não se esquecerem ou para que com tal sejam identificados. Claro que se corre sempre o risco de, em havendo um desaguisado automóvel, o “oponente” seja de uma outra cor e os ânimos se exaltem ainda mais.
Os restantes dividem-se entre um bonequinho de peluche, que suponho que remeta o condutor para uma criança ou um momento especial, e os que ali usam um desodorizante ambiental, com aquele formato clássico de pinheiro, que pinho já pouco cheira.
Claro que há ainda os especialistas na confusão e penduram “tudo ao molho”: crucifixo, símbolo do clube e um qualquer boneco. Levado ao extremo, também podemos ver um corno ou uma figa, numa referência a crenças pagã, sentidas mas não confessas.
Sobra a minoria que, em querendo decorar o carro e a visão, pendura coisas bonitas, cujo significado me escapa mas que terá algum. Como este bonito anjinho que me agarrou o olhar. Ou uma borboleta que vi num outro. Fosse a luz equivalente num e noutro e não sei qual escolheria para fotografar.


Texto e imagem: by me

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